Espigueiros do Alto Minho: História, Tradição e a Experiência Autêntica na Carvalha House

Tudo começa por uma questão de sobrevivência e dar cobro às necessidades básicas da população: A alimentação. O milho (Zea Mays), originário das Américas, chegou à Península Ibérica no século XVI, mas a sua disseminação e cultivo em larga escala em Portugal ocorreram no século seguinte. A região do Minho, com as suas condições geoclimáticas e a aposta na cultura de regadio, foi pioneira na sua adoção. A cultura prosperou rapidamente no noroeste de Portugal. Antes, o cereal de base para a alimentação da população era o painço  (milho-miúdo) e outros cereais, como o centeio e o trigo. 

A introdução do milho graúdo, provocou uma verdadeira “revolução agrícola” no Noroeste português. Este cereal tinha um ciclo vegetativo mais curto, um maior potencial produtivo e a capacidade de coabitar com outras culturas (como o feijão e a abóbora num sistema de policultura). A sua adoção em larga escala alterou profundamente a paisagem agrária, os hábitos alimentares (a boroa de milho tornou-se dominante) e a organização social e económica da região minhota.

As culturas anteriores eram basicamente de sequeiro, o que permitia o seu cultivo em zonas com bastante inclinação. Os socalcos (ou terraços) surgiram para tornar as encostas íngremes do Minho produtivas, controlando a erosão e a água abundante nesta região minhota.

Ora o milho graúdo, para além da alimentação humana (produção de broa), era usado para alimentar animais, e a palha tinha múltiplas utilizações, como enchimento de almofadas e colchões. A nova cultura permitiu um aumento significativo da população e diversificação alimentar, transformando a paisagem minhota num mosaico de campos de milho a par dos espigueiros para a sua secagem e armazenamento. 

O valor do milho era tão grande que, os espigueiros para além da solução arquitetónica de proteção (como a elevação do solo e as mós redondas para impedir a entrada de roedores), as gentes locais atribuíam-lhes um caráter sagrado e de proteção divina a ver pelas cruzes de pedra no topo dos espigueiros, especialmente nos conjuntos monumentais do Soajo e Lindoso.

Estas cruzes tinham o propósito de invocar a proteção divina sobre o cereal armazenado, que muitas vezes representava o único meio de sobrevivência da comunidade durante o ano. Muitos espigueiros eram (e são) de uso comunitário, localizados em eiras partilhadas. Esta organização reforçava a ideia de um bem essencial, que precisava de salvaguarda coletiva e mística, para além da segurança física. 

Espigueiros e socalcos são elementos interligados da arquitetura rural minhota, simbolizando a autossuficiência e a organização agrícola, com os socalcos produzindo os grãos que os espigueiros guardavam, preservando a produção para o inverno. 

Fica o convite, para reviver esta intensidade histórica, na carvalha house, com todo o conforto, no alojamento Carvalha Espigueiro, onde poderá partilhar bons momentos com aquele elemento simbólico e uma história tão real, que encerra um património tão rico desta região.

Manuela e José Quintanilha

Manuela e José Quintanilha

Anfitriões da Carvalha House

Carvalha House nasceu de um sonho partilhado por Manuela e José Quintanilha: transformar uma antiga ruína, perdida no tempo, num refúgio de charme e autenticidade. Mais do que reconstruir paredes, a sua visão foi dar nova vida ao espaço, respeitando a sua identidade e abraçando a responsabilidade ambiental como valor fundamental.

Manuela Quintanilha

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